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ESCULTURA 'BEATRIZ DE DANTE' FICARÁ NA PRAÇA CENTRAL DE CAXIAS
 
É muito provável que todos os moradores de Caxias do Sul (ou pelo menos grande parte deles) saibam que Dante Alighieri dá nome a principal praça da cidade. Mas nem todos que circulam pelo local conhecem a história do poeta italiano e de seu amor platônico, retratado no livro que tem o sugestivo nome de Vida Nova, justamente por ter sido escrito após a morte prematura da amada. Beatrice Portinari (1266-1290) foi, segundo alguns críticos literários, a figura histórica que inspirou a personagem Beatriz de Dante e o poema sagrado A Divina Comédia.

Para reavivar a memória do autor na população caxiense, a escultora Dilva Conte, 84 anos, decidiu inscrever um projeto cultural que pudesse tornar realidade sua admiração pela musa de Dante. Ela recorda que encantou-se pela obra Divina Comédia ainda na infância. “Um sócio do meu pai andava com um exemplar em italiano pra lá e pra cá. Não lembro direito como o livro chegou até mim, mas não esqueço que fiquei encantada porque era todo escrito em italiano. Quando eu li, anos depois, me apaixonei pela história toda”, conta.

Dona Dilva começou a esculpir “Beatriz de Dante” em 2013, com recursos do Financiarte. Agora ela terá a alegria de entregá-la à comunidade de sua terra natal, mais de 100 anos depois da mesma praça receber o busto de Dante, em 15 de novembro de 1914. A escultura em bronze será inaugurada no dia 10 de novembro, em solenidade a ser realizada, claro, na praça central de Caxias do Sul, a partir das 18h30.

A obra, que está sendo finalizada em Porto Alegre, terá o tamanho de uma pessoa de estatura alta. Interessante também é a posição dela: “Beatriz” ficará sentada num banco, como se estivesse contemplando a cidade e no campo de visão de Dante. “Esta é uma obra muito importante para a cidade e também uma forma de homenagear a minha mãe, que era italiana de nascença e todas as mulheres imigrantes italianas”, diz a artista caxiense.

SOBRE DILVA CONTE | Natural de Forqueta, interior de Caxias do Sul, Dilva Conte teve o primeiro contato com as artes plásticas na década de 40, quando fez curso de pintura com a irmã Louise Angel, no Colégio São José. Nos 50 anos seguintes, ela trabalhou com crochê, bordado, vitraux, artesanato em flores, escultura em cobre e pintura em porcelana. Aos 64 anos de idade, em 1995, iniciou o curso de Escultura e História da Arte na UCS, dentro do programa Universidade da Terceira Idade, onde descobriu sua grande paixão na área da escultura: o retratismo. A artista passou a desenvolver seu talento na escultura com mestres como Mayta Pasa, Bez Batti e Zita Zardo Pizzolato. Em Porto Alegre, se aperfeiçoou com os escultores Xico Stockinger e Bernadete Conte. Certa vez, dona Dilva confessou: “Sinto-me em outra dimensão ao trabalhar a argila, dedicando-me, com esforço, plenamente à obra”. Já esculpiu personalidades como os bustos “Tereza de Calcutá”, em pó de mármore e “Papa João Paulo II”, em resina, e as faces “Bruno Segalla” e “Bez Batti”, em argila. Dilva Conte tem carinho por todas as suas obras, mas a mais importante para ela é a “Acolhida”, criada em comemoração aos 90 anos de fundação do Hospital Pompéia, onde está exposta, na recepção. 
 
         
 
     
 
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